Convento fundado,em 1642, pela Madre Michaela Margarida, sobrinha de D. João IV, para albergar freiras Carmelitas Descalças. Em 1650, recebeu a Infanta D. Maria, filha natural de D. João IV, para ali ser educada, acabando por vestir o hábito no ano da morte do pai. A ela se ficou a dever a conclusão das obras da parte conventual e da igreja (1663-1667), assim como a sua ornamentação (pinturas,alfaias e peças de ourivesaria). O bloco conventual deste edifício, de linguagem maneirista, foi objecto de reconstrução, após o terramoto de 1755. A fachada austera do convento, desenvolve-se em 2 registos organizados por pilastras de cantaria e vãos distribuídos de forma irregular, cuja portaria se rasga sob uma pequena cobertura assente em mísulas, encimada por um nicho de cantaria, que acolhe uma imagem polícroma de S. José com o Menino. A fachada principal da igreja, lateralmente delimitada por cunhal e pilastra de cantaria e rematada por frontão triangular vazado por óculo e sobrepujado de cruz, surge rasgada por um portal simples de cantaria e verga destacada, encimado pelas armas da Infanta e por um nicho com a imagem do orago. No interior destacam-se: os altares de talha dourada; os painéis de azulejos figurativos, seiscentistas e setecentistas; o tecto da igreja, cuja pintura é atribuída a André Gonçalves; algumas telas de Bento Coelho da Silveira; e as sepulturas da fundadora e da Infanta D. Maria. A partir de 1949, a propriedade ficou afecta à Confraria de S. Vicente de Paulo, que aí mantem um Lar da 3ª Idade. Este imóvel está classificado como Monumento de Interesse Público.
terça-feira, 27 de maio de 2025
Antigo Convento de Nossa Senhora das Necessidades/Antigo Convento de São Filipe de Néri
Data de 1742 a aquisição de terrenos,por parte da Coroa,com o objectivo de edificar um templo dedicado a N. S. das Necessidades.D. João V aproveita,de imediato,para erguer uma sumptuosa igreja,convento de São Filipe Néri e palácio real contíguo.A sua construção,entre 1743 e 1750,tem sido atribuída a Caetano Tomás de Sousa. Não tendo conhecido grandes estragos com o terramoto de 1755,este convento torna-se um anexo do palácio real,com a extinção das ordens religiosas,em 1834,instalando-se aí a Academia Real das Ciências.O palácio,residência real durante mais de um séc.,acolhe a partir de meados do séc. XX o Ministério dos Negócios Estrangeiros.Trata-se de uma construção barroca,desenvolvida segundo planta muito articulada em torno de 2 pátios quadrangulares,cujo alçado principal,constituído por 3 corpos delimitados por pilastras,surge rasgado por 24 janelas de peito no piso térreo e outras tantas de sacada sobrepujadas de ática no piso nobre.No interior destacam-se as escadarias de acesso ao andar nobre e as sucessivas salas temáticas,decoradas com estuques,pinturas murais,talha,mármores,azulejos,esculturas e telas.Este conjunto integra a Capela de N. S. das Necessidades,anterior ao palácio,de frontaria avançada formando galilé,com torre sineira,cuja fachada,rasgada por uma porta encimada por relevo de mármore figurando a padroeira,exibe estatuária de José de Almeida e A. Giusti,e ainda um edifício conventual da Ordem de S. Filipe Néri,doado aos Padres do Oratório.Jardins e uma tapada de 10 hectares englobam o conjunto edificado. A Classificação como Imóvel de Interesse Público do Palácio das Necessidades, abrange todo o edifício conventual,da Ordem de S. Filipe Néri (dos Padres do Oratório),a torre e a capela,com estatuária de A. Giusti e de José de Almeida,os seus jardins e o respectivo parque,com elementos escultóricos e decorativos,e ainda a fachada palaciana,incluindo a fonte monumental,datada de 1748 e situada no largo ajardinado em frente da capela.
Antigo Convento de N. S. da Conceição de Marvila e Igreja Paroquial de Sto Agostinho de Marvila
Este convento, da invocação de N. S. da Conceição, fundado na 2ª metade do séc. XVII (1660), numa quinta doada pelo Arcediago da Sé de Lisboa, D. Fernando Cabral, destinava-se a acolher freiras brígidas, que aí se mantiveram até 1874, data em que o edifício foi cedido ao Asilo de D. Luís, fundado por Manuel Pinto da Fonseca. Em 1928, funcionou ali o Asilo de Velhos de Campolide, estando actualmente ocupado pela Mansão de Sta. Maria de Marvila, um recolhimento de idosos. De características barrocas, o edifício desenvolve-se num quadrado à volta do claustro, com 2 corpos laterais avançados, que formam um pátio. A igreja, classificada como Imóvel de Interesse Público, situa-se no corpo da direita, e é actualmente sede da paróquia de Sto. Agostinho. No seu interior merecem destaque: as pinturas dos tectos; as capelas, púlpito e altar-mor em talha dourada; os revestimentos de azulejos azuis e brancos historiados; e as pinturas sobre tela de temática mariana e alusiva a Sto. Agostinho. A zona conventual, apesar das alterações, ainda conserva azulejaria nos antigos dormitórios e na escadaria. No exterior, para além do portal lateral seiscentista, encimado por frontão triangular com o emblema da Ordem de Sta. Brígida, a singularidade deste edifício reside na decoração azulejar do séc. XVIII patente no topo dos 2 corpos, que avançam sobre a rua.
Antigo Convento de Jesus
O Convento de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco foi inaugurado em 1632. Após a extinção das ordens religiosas em 1834 o edifício conventual foi doado à Academia das Ciências, que aí se mantém, incluindo-se nessa doação a livraria, o Museu de História Natural e de Artefactos e a galeria de pinturas. Durante o reinado de D. Pedro V estabeleceram-se também no imóvel o Curso Superior de Letras e os Serviços Geológicos. Inicialmente a classificação como Imóvel de Interesse Público estava atribuída somente à Igreja de Nossa Senhora de Jesus. A partir de Dezembro de 2010 a classificação de Conjunto de Interesse Público foi atribuída ao conjunto constituído pelo antigo Convento de Nossa Senhora de Jesus, e restos da cerca conventual, incluindo a Igreja de Nossa Senhora de Jesus/Igreja Paroquial das Mercês, a Academia das Ciências, o Museu Geológico do Instituto Geológico e Mineiro, a Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora de Jesus e o Hospital de Jesus.
Antigo Convento de Arroios (Hospital de Arroios)
Em 1705, com o apoio mecenático da rainha D. Catarina de Bragança, viúva de Carlos II de Inglaterra, foi fundado o Colégio Conventual da Companhia de Jesus, sob a invocação de Nª Senhora da Nazaré, destinado a formar os padres da congregação que iam para as Missões da Índia. A partir de 1755, os jesuítas abandonaram progressivamente o edifício e no ano seguinte assistiu-se à sua substituição por um grupo de freiras concepcionistas, passando o convento a ser da invocação de Nª Senhora da Conceição da Luz de Arroios. Traduzindo uma arquitectura religiosa setecentista, o edifício é composto por igreja, à esquerda, de planta cruciforme com cruzeiro coberto por cúpula e pelo claustro,à direita, de planta rectangular, em torno do qual se organiza a área conventual, já muito descaracterizada. Do conjunto destaca-se a fachada principal da igreja desenvolvida em 3 andares. Rasgada por portal armoriado com as armas de Portugal e Inglaterra, é rematada por uma estrutura tripartida de frontão axial com nicho exibindo a imagem de Nª Senhora da Conceição, ladeada por duas torres sineiras. Apesar da extinção das Ordens Religiosas, em 1834, o imóvel só ficou devoluto em 1890, com a morte da última freira. Anexado, em 1892, ao Hospital de São José, para transformar as suas instalações em enfermarias especializadas em varíola e doenças tísicas, passou a ser designado por Hospital de Arroios. Ao longo do séc. XX a reconversão das antigas dependências conventuais a funções hospitalares foi uma constante, assistindo-se ao seu período áureo, entre as décadas de 30 e 50. Após o seu encerramento definitivo em 1992, as suas instalações passaram a ser depósito e arquivo dos Hospitais Civis de Lisboa. A partir de 2000, a igreja foi afecta ao culto ortodoxo (a cargo da Comunidade Ucraniana de Arroios) e a área conventual adquirida por promotores imobiliários para dar lugar à construção de um condomínio privado. A classificação como Monumento de Interesse Público diz respeito apenas à igreja do antigo convento.
Antigo Convento das Mónicas
Fundado em 1586 em casas que pertenciam a D. Maria de Abranches, filha de D. Álvaro de Abranches, Capitão-Mor de Azamor. As monjas da ordem de Santo Agostinho ocuparam o convento desde a data da fundação até ao terramoto de 1755. Após a extinção das ordens religiosas, o Estado fez funcionar no convento uma casa de correcção para rapazes, substituída por uma casa de correcção para raparigas. O edifício tornou-se cadeia civil de mulheres em 1917. Muito modificado o conjunto e esvaziada a igreja, mantém-se ainda na portaria um silhar azulejar monocromo articulado com figuras recortadas e um painel representando Santa Mónica (séc. XVIII).
Edifício do antigo Tribunal da Boa Hora
O Tribunal da Boa Hora fechou em 2009, tendo os tribunais que aqui funcionavam sido transferidos para o Campus da Justiça, no Parque das Nações.
Em 2011, a Câmara Municipal de Lisboa recebeu o edifício.
Antigo Convento da Boa Hora
Este convento, sob a invocação de Nª Sra. da Boa Hora, foi fundado, em 1674, pelos Eremitas Descalços de Santo Agostinho, embora o convento já existisse desde 1630, acolhendo outras ordens religiosas.
Muito danificado pelo terramoto de 1755, foi posteriormente reedificado segundo plano do arqº Eugénio dos Santos, sob indicações de Manuel da Maia.
Após a extinção das ordens religiosas (1834), o convento albergou o quartel do 1º Batalhão dos Voluntários do Comércio. Em 1843, foram instalados no edifício os tribunais civis e criminais de Lisboa.
No final dos anos 60 foram transferidos alguns tribunais da Boa Hora para o Palácio da Justiça, no Alto do Parque Eduardo VII.
No interior destacam-se os panos de azulejo com motivos e, no 1º piso, o claustro retangular.
Está integrado na Lisboa Pombalina, que está classificada como Conjunto de Interesse Público.
Antigo Cinema Condes
O Cinema Condes foi construído, entre 1950 e 1952, por iniciativa da empresa teatral Variedades, no mesmo local onde existira o Teatro Condes, propriedade de Francisco Grandela. Projectado pelo arq. Raul Tojal e executado pelo construtor António Costa, apresenta planta rectangular, volumetria escalonada e cobertura em terraço. Acompanhando o declive do terreno, desenvolve-se em duas frentes, uma voltada à Avenida da Liberdade e a outra à Rua dos Condes. As fachadas em reboco pintado, com apontamentos rectilíneos de grande verticalidade em cantaria e com piso térreo totalmente revestido a cantaria, apresentam um ângulo de articulação boleado, esculpido com relevos, acentuado superiormente por remate em corpo circular de menor secção, vazado por cinco janelas e protegido por pala. A porta principal, de verga recta, rasga-se no ângulo e permite a entrada para o interior, onde funciona, desde 2003, o Hard Rock Café, aí instalado após grandes obras de transformação e adaptação do cinema a restaurante. Este imóvel integra a Zona da Avenida da Liberdade, que se encontra Em Vias de Classificação.
Antigo Arsenal da Marinha
Neste local foi mandado construir por D. Manuel os chamados estaleiros da Ribeira das Naus. O terramoto de 1755 destruiu esse importante complexo, tendo sido reconstruído em 1759 segundo projecto de Eugénio dos Santos. No início da segunda metade do séc XIX, o Arsenal da Marinha começa a adaptar-se à construção de navios de ferro movidos a vapor. Este possuía um dique, construído em 1792, destinado à reparação dos navios que foi atulhado em 1939 aquando da abertura da Av. Ribeira das Naus. Hoje alberga diversos serviços do Ministério do Exército.
Antigas Cocheiras do Patriarcado
"Antigas Cocheiras do Patriarcado" ou "Antigas Cozinhas da Mitra" é actualmente uma galeria de arte. Todo o edifício está adossado ao muro de suporte do proscenium do Teatro Romano. Integra, também, a "Área do Teatro Romano".
Formado pelos vestígios do Teatro Romano e edifícios incluídos na sua área de protecção, este conjunto apresenta uma coerência formal, resultante da intervenção praticada pelos engenheiros de Pombal, numa zona que tinha sido afectada pelo sismo.
Além do teatro há a salientar as cocheiras do patriarcado também do séc. XVIII. O interior de edifício conserva no piso térreo, intactas, as cavalariças do antigo patriarcado.
segunda-feira, 26 de maio de 2025
Antiga Unidade Industrial "A Napolitana"
A Napolitana é um conjunto industrial, do início do séc. XX, inserido na grande fase de afirmação da indústria moageira alimentar em Portugal e de reconhecida importância na história da indústria alimentar e na arquitetura industrial portuguesas. A firma Gomes Brito Conceição Reis & Cª solicita, em 1908, autorização para construir a sua fábrica no tecido industrial de Santo Amaro, em Lisboa.
Sabe-se que em 1926 a fábrica de massas Napolitana era adquirida pela Companhia Industrial de Portugal e Colónias (CIPC), mantendo-se em atividade até 1970, data em que a CIPC vende a referida fábrica. Da autoria dos construtores e projetistas Vieillard & Touzet, o seu programa arquitetónico reflete as exigências funcionais deste tipo de unidade insdustrial, destacando-se pela sua concepção arquitectónica e pelos materiais construtivos utilizados. Os vários edifícios construídos, que formam um quarteirão, fábrica de massas, moagem, silos, casa das máquinas e mesmo as ampliações ocorridas entre 1912-13, apresentam uma unidade construtiva e uma homogeneidade estética conferida pela utilização articulada do tijolo silíco-calcário branco e cinzento em conjugação com frisos de azulejos, que aplicados plasticamente na modulação das fachadas, no remate dos edifícios ou dos frontões ou como molduras de vãos de janelas, valorizam os elementos estruturais ou funcionais, como os pilares e os vãos de iluminação, criando superfícies relevadas e consequentemente jogos de sombreados. Cada edifício apresenta uma volumetria e área distintas consoante as exigências da função e do equipamento industrial que acolhe.
A Napolitana constitui uma das últimas instalações industriais desta área de Lisboa, dedicada à mecanização da alimentação.
Antigo Convento de Santa Teresa de Jesus da Ordem das Carmelitas Descalças e de Santo Alberto
Convento fundado,em 1642, pela Madre Michaela Margarida, sobrinha de D. João IV, para albergar freiras Carmelitas Descalças. Em 1650, recebeu a Infanta D. Maria, filha natural de D. João IV, para ali ser educada, acabando por vestir o hábito no ano da morte do pai. A ela se ficou a dever a conclusão das obras da parte conventual e da igreja (1663-1667), assim como a sua ornamentação (pinturas,alfaias e peças de ourivesaria). O bloco conventual deste edifício, de linguagem maneirista, foi objecto de reconstrução, após o terramoto de 1755. A fachada austera do convento, desenvolve-se em 2 registos organizados por pilastras de cantaria e vãos distribuídos de forma irregular, cuja portaria se rasga sob uma pequena cobertura assente em mísulas, encimada por um nicho de cantaria, que acolhe uma imagem polícroma de S. José com o Menino. A fachada principal da igreja, lateralmente delimitada por cunhal e pilastra de cantaria e rematada por frontão triangular vazado por óculo e sobrepujado de cruz, surge rasgada por um portal simples de cantaria e verga destacada, encimado pelas armas da Infanta e por um nicho com a imagem do orago. No interior destacam-se: os altares de talha dourada; os painéis de azulejos figurativos, seiscentistas e setecentistas; o tecto da igreja, cuja pintura é atribuída a André Gonçalves; algumas telas de Bento Coelho da Silveira; e as sepulturas da fundadora e da Infanta D. Maria. A partir de 1949, a propriedade ficou afecta à Confraria de S. Vicente de Paulo, que aí mantem um Lar da 3ª Idade. Este imóvel está classificado como Monumento de Interesse Público.
Antigo Convento de Nossa Senhora das Necessidades/Antigo Convento de São Filipe de Néri
Data de 1742 a aquisição de terrenos,por parte da Coroa,com o objectivo de edificar um templo dedicado a N. S. das Necessidades.D. João V aproveita,de imediato,para erguer uma sumptuosa igreja,convento de São Filipe Néri e palácio real contíguo.A sua construção,entre 1743 e 1750,tem sido atribuída a Caetano Tomás de Sousa. Não tendo conhecido grandes estragos com o terramoto de 1755,este convento torna-se um anexo do palácio real,com a extinção das ordens religiosas,em 1834,instalando-se aí a Academia Real das Ciências.O palácio,residência real durante mais de um séc.,acolhe a partir de meados do séc. XX o Ministério dos Negócios Estrangeiros.Trata-se de uma construção barroca,desenvolvida segundo planta muito articulada em torno de 2 pátios quadrangulares,cujo alçado principal,constituído por 3 corpos delimitados por pilastras,surge rasgado por 24 janelas de peito no piso térreo e outras tantas de sacada sobrepujadas de ática no piso nobre.No interior destacam-se as escadarias de acesso ao andar nobre e as sucessivas salas temáticas,decoradas com estuques,pinturas murais,talha,mármores,azulejos,esculturas e telas.Este conjunto integra a Capela de N. S. das Necessidades,anterior ao palácio,de frontaria avançada formando galilé,com torre sineira,cuja fachada,rasgada por uma porta encimada por relevo de mármore figurando a padroeira,exibe estatuária de José de Almeida e A. Giusti,e ainda um edifício conventual da Ordem de S. Filipe Néri,doado aos Padres do Oratório.Jardins e uma tapada de 10 hectares englobam o conjunto edificado. A Classificação como Imóvel de Interesse Público do Palácio das Necessidades, abrange todo o edifício conventual,da Ordem de S. Filipe Néri (dos Padres do Oratório),a torre e a capela,com estatuária de A. Giusti e de José de Almeida,os seus jardins e o respectivo parque,com elementos escultóricos e decorativos,e ainda a fachada palaciana,incluindo a fonte monumental,datada de 1748 e situada no largo ajardinado em frente da capela.
Antigo Convento de N. S. da Conceição de Marvila e Igreja Paroquial de Sto Agostinho de Marvila
Este convento, da invocação de N. S. da Conceição, fundado na 2ª metade do séc. XVII (1660), numa quinta doada pelo Arcediago da Sé de Lisboa, D. Fernando Cabral, destinava-se a acolher freiras brígidas, que aí se mantiveram até 1874, data em que o edifício foi cedido ao Asilo de D. Luís, fundado por Manuel Pinto da Fonseca. Em 1928, funcionou ali o Asilo de Velhos de Campolide, estando actualmente ocupado pela Mansão de Sta. Maria de Marvila, um recolhimento de idosos. De características barrocas, o edifício desenvolve-se num quadrado à volta do claustro, com 2 corpos laterais avançados, que formam um pátio. A igreja, classificada como Imóvel de Interesse Público, situa-se no corpo da direita, e é actualmente sede da paróquia de Sto. Agostinho. No seu interior merecem destaque: as pinturas dos tectos; as capelas, púlpito e altar-mor em talha dourada; os revestimentos de azulejos azuis e brancos historiados; e as pinturas sobre tela de temática mariana e alusiva a Sto. Agostinho. A zona conventual, apesar das alterações, ainda conserva azulejaria nos antigos dormitórios e na escadaria. No exterior, para além do portal lateral seiscentista, encimado por frontão triangular com o emblema da Ordem de Sta. Brígida, a singularidade deste edifício reside na decoração azulejar do séc. XVIII patente no topo dos 2 corpos, que avançam sobre a rua.
Antigo Convento de Jesus
O Convento de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco foi inaugurado em 1632. Após a extinção das ordens religiosas em 1834 o edifício conventual foi doado à Academia das Ciências, que aí se mantém, incluindo-se nessa doação a livraria, o Museu de História Natural e de Artefactos e a galeria de pinturas. Durante o reinado de D. Pedro V estabeleceram-se também no imóvel o Curso Superior de Letras e os Serviços Geológicos. Inicialmente a classificação como Imóvel de Interesse Público estava atribuída somente à Igreja de Nossa Senhora de Jesus. A partir de Dezembro de 2010 a classificação de Conjunto de Interesse Público foi atribuída ao conjunto constituído pelo antigo Convento de Nossa Senhora de Jesus, e restos da cerca conventual, incluindo a Igreja de Nossa Senhora de Jesus/Igreja Paroquial das Mercês, a Academia das Ciências, o Museu Geológico do Instituto Geológico e Mineiro, a Capela da Ordem Terceira de Nossa Senhora de Jesus e o Hospital de Jesus.
quinta-feira, 22 de maio de 2025
Antiga Ourivesaria Aliança
A Antiga Ourivesaria Aliança encontra-se instalada nos nºs 50 a 52 de um edifício localizado na Rua Garrett. Inaugurada em 21 de Dezembro de 1944, a Ourivesaria Aliança surgiu, em Lisboa, após a aquisição efetuada, por parte da sede localizada no Porto, em 1940, do espaço da ourivesaria Miranda e Filhos e do armazém existente nas traseiras, tendo ficado as obras de ampliação para a construção do Salão de Exposições sob a responsabilidade do arquiteto Oliveira Ferreira. A sua fachada inscreve-se num vão retangular, que se estende até à sacada do primeiro piso. Apresenta estrutura em ferro e vidro, com desenho eclético, medalhões, cabeça de leão no arco de entrada, o nome da loja e flores organizadas em grinaldas e festões que funcionam como elementos decorativos. O acesso ao interior é feito através de uma porta central, recuada, ladeada por duas montras. No interior, o estabelecimento apresenta planta simples, retangular, estruturada em dois salões distintos: o Salão Principal e o Salão de Exposições. O Salão Principal, amplo, com duplo pé direito, apresenta planta quadrangular chanfrada em dois cantos, sendo o lado Sul reservado a montras envidraçadas. O pavimento encontra-se forrado a alcatifa, enquanto as paredes surgem revestidas a estuque pintado, fingindo marmoreados em tom de verde, decoradas com espelhos, enquadrados por molduras em nogueira pintada de branco marfim e debruadas a ouro. Grinaldas e festões de flores em dourado, medalhões ovais com pinturas decorativas de Alves Cardoso, enquadrados pelo mesmo tipo de molduras dos espelhos, ornamentam, ainda, as paredes do salão. A pintura do teto, a "Toilette de Vénus", datada de 1914, da autoria do pintor atrás referido, apresenta-se enquadrada por uma larga sanca em madeira pintada de branco marfim e debruada a ouro. Um arco de madeira, pintado de dourado, localizado no eixo da porta central, dá acesso a zonas de apoio aos ourives e enquadra a porta de acesso ao outro salão. No Salão de Exposições, de planta quadrangular simples, o duplo pé direito integra um mezanino, ao longo de toda a área, suportado por seis colunas em madeira pintadas de dourado. Em baixo, toda a parede até meio é revestida por madeira de nogueira, pintada de branco marfim, enquanto a restante surge estucada e pintada de verde, integrando grinaldas de flores e espelhos com molduras semelhantes às do Salão Principal. Na parte superior, uma guarda de metal, com 1 m de largura, pintada de dourado, circunda todo o mezanino. Aqui, as paredes apresentam vitrines de exposição em madeira pintada de dourado e vidro. Por cima da porta de acesso a este salão encontramos a maior vitrine de exposição, em madeira pintada de dourado e espelhos como fundo, ladeada por dois espaços profundos, com paredes espelhadas, coberturas em meias abóbodas, pintadas a azul e com arcos salientes, pintados a dourado. A iluminação de ambos os salões é natural resultante das montras envidraçadas e dos vãos junto ao teto, assim como artificial através de candeeiros da época de construção, mas que utilizam lâmpadas actuais. A Antiga Ourivesaria Aliança, incluindo o património móvel integrado encontra-se Em Vias de Classificação e o edifício que acolhe este estabelecimento integra a área da Lisboa Pombalina, classificada como Conjunto de Interesse Público.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
quinta-feira, 15 de maio de 2025
Antiga Igreja de N. Sra. da Visitação e Convento das Salésias (Colégio Nuno Álvares - Casa Pia)
O convento de religiosas salésias fundado em 1714 pelo Padre Teodoro de Almeida, sob a invocação de Nª Sra. da Visitação, viu a sua estrutura arquitectónica edificada, neste local, em 1846. De planta composta, organiza-se em torno de um pátio rectangular em alas rectangulares. Este conjunto compõe-se de casa e igreja em cruz latina, com elevado zimbório octogonal. No exterior sobressai o remate em frontão triangular da fachada principal, decorado pelo emblema iconográfico, em estuque relevado, do fundador da ordem, S. Francisco de Sales. No interior destacam-se: a decoração marmoreada; o coro-alto; e as pinturas de tecto, a têmpera, em trompe-l''oeil, imitando relevos em estuque. Após a extinção do convento instalou-se no edifício o Refúgio e Casas de Trabalho, que se converteu no Asilo Nun''Álvares. Actualmente funciona aí o Colégio Nuno Álvares, estando afecto à Casa Pia.