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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

A Escritora Fantasma

Figuras do mundo dos esportes e outras personalidades públicas buscam, com freqüência, a assistência de escritores "fantasmas", redatores profissionais contratados para dar forma e estilo a suas autobiografias. Mas redatores fantasmas de verdade também já escreveram do além, conforme nos mostra a carreira da sra. J. H. Curran e sua escriba espiritual "Patience Worth".
A sra. Curran, de St. Louis, originariamente não acreditava em médiuns nem em espiritismo, mas, no dia 8 de julho de 1913, participou de uma sessão em que foram usados um copo e as letras do alfabeto. Colocando as mãos sobre o copo, ela soletrou o nome Patience Worth. Patience revelou-se como mulher inglesa do século 17, de Dorset, cujos pais emigraram para os EUA, onde ela foi morta em um ataque de índios.
Intrigada, a sra. Curran continuou a conversar com Patience. Durante os anos seguintes, e através de incontáveis "encontros", incrível seqüência de poemas, histórias e obras em geral foi transmitida por Patience, e a sra. Curran passou tudo para o papel. A série de romances históricos incluiu The Sorry Tale, ambientado no século 1, e Hope True-blood, no século 19. O romance psicografado mais famoso, Telha, desenrola-se na Inglaterra medieval e o texto foi escrito na linguagem da época, estilo arcaico que a sra. Curran jamais estudou.
Patience podia "ditar" dois ou mais romances simultaneamente, passando de um para outro por capítulos, sem nunca perder o fio da meada. E a sra. Curran provou ser a colaboradora perfeita, registrando obedientemente as extraordinárias histórias de Patience Worth de épocas perdidas no passado distante.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

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