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domingo, 31 de julho de 2016

A Estranha Visita de Dadaji

Pode uma pessoa estar fisicamente presente em dois lugares ao mesmo tempo? Apesar de a idéia nos parecer totalmente desprovida de sentido, um caso como esse foi relatado por dois respeitados parapsicólogos em 1975. O dr. Karlis Osis e o dr. Erlendur Haraldsson, visitando a Índia em 1970 para estudar os homens santos daquela nação, ficaram especialmente interessados em Dadaji, comerciante considerado como ser sagrado que tinha um grande número de seguidores na região sul da Índia. Enquanto estudavam os supostos milagres atribuídos a Dadaji, os dois parapsicólogos descobriram a seguinte história:
Em algum momento, no início de 1970, Dadaji visitou Allahabad, distante cerca de 640 quilômetros de sua casa, e ficou hospedado na casa de uma família local. Durante sua estada, saiu para meditar e, posteriormente, contou a seus seguidores que viajara, ao mesmo tempo, a Calcutá. Chegou até a dizer à anfitriã que ela podia confirmar a história entrando em contato com sua cunhada, que morava em Calcutá. O homem santo deu-lhe também o endereço da residência para onde ele se projetara.
A família que morava na casa realmente confirmou a veracidade da inacreditável história de Dadaji. Roma Mukherjee, discípula do homem santo, explicou que estava folheando um livro na sala de leitura quando Dadaji surgiu a sua frente.
- Transparente a princípio - explicou ela -, a figura do mestre materializou-se pouco a pouco.
A súbita aparição deixou-a de tal forma assustada que ela chegou a gritar, chamando o irmão e a mãe. Dadaji limitou-se a acenar-lhe, pedindo que lhe trouxesse um pouco de chá.
- Quando voltou à sala de leitura com o chá - reportaram os dois pesquisadores -, Roma foi seguida pela mãe e pelo irmão médico. Ela enfiou o braço pela porta entreaberta e deu a Dadaji chá e biscoitos.
A mãe viu o mestre através da abertura da porta. O irmão, localizado mais atrás, viu apenas a mão de Roma passar pela abertura e voltar sem o chá. Não havia nenhum lugar onde ela pudesse ter colocado a xícara sem entrar na sala. Quando o pai, diretor de um banco, voltou para casa, depois de ter ido às compras, não acreditou no que lhe contaram. Recusando-se a obedecer às objeções, olhou através de uma fenda da porta e viu a figura de um homem sentado em uma cadeira.
Quando a família finalmente entrou na sala, Dadaji desaparecera, mas um cigarro queimado pela metade foi deixado sobre a mesa. Era a marca preferida de Dadaji.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

domingo, 24 de julho de 2016

O Controle da Mente

Wolf Messing, que morreu em 1974, foi sem dúvida o mais famoso médium da União Soviética. Tornou-se conhecido pelas apresentações em teatros, durante as quais realizava comandos telepáticos sugeridos por pessoas da platéia. No entanto, aqueles que se tornaram seus amigos íntimos contavam histórias mais espetaculares, a maioria delas sobre o poder de controlar a mente de outra pessoa - mesmo a quilômetros de distância.
Uma dessas histórias foi narrada pelo dr. Alexander Lungin, cuja mãe foi secretária de Messing por vários anos. O caso ocorreu quando Lungin estava na Faculdade de Medicina de Moscou. Seu professor de anatomia, o catedrático Gravilov, antipatizara com ele desde o início e sempre o prevenia de que iria reprová-lo, mesmo levando em consideração a aplicação dele.
O dia do ajuste de contas veio quando Lungin precisou realizar os exames finais. Todo estudante precisava passar pela prova oral, aproximando-se da mesa onde estavam sentados vários examinadores. Um deles, então, começava com as perguntas.
Pouco antes da realização das provas, Gravilov disse a Lungin, com um sorriso diabólico nos lábios, que iria examiná-lo pessoalmente. Aterrorizado pela notícia, Lungin transmitiu seus temores à mãe, que telefonou para Messing e pediu-lhe que intercedesse. O médium, que morava a quilômetros de distância da escola, telefonou à sra. Lungin, confirmando que ajudaria seu filho.
Quando finalmente chegou a hora, Lungin caminhou em direção à banca examinadora, e Gravilov não disse uma palavra. Em vez disso, ele simplesmente limitou-se a ficar observando, enquanto Lungin era examinado por outro catedrático. O professor vingativo não fez nada, nem mesmo quando o outro examinador assinou a aprovação de Lungin.
Nem é preciso dizer que o estudante ficou feliz com esses eventos, porém o que aconteceu em seguida foi ainda mais estranho.
Lungin saiu da sala de aula e foi conversar com outros estudantes. O professor Gravilov saiu, alguns minutos mais tarde, para perguntar se ainda faltava alguém para fazer exame. Quando os alunos responderam que todos já haviam passado pela banca examinadora, ele olhou para o aluno que tanto desprezava.
- Lungin ainda não fez a prova - afirmou.
Quando os alunos explicaram que o colega já fizera o exame e fora aprovado, Gravilov ficou enraivecido.
- Como foi que ele passou? Não pode ser. Com quem fez o exame?
Quando o professor verificou os registros, ficou lívido e saiu dali às pressas. Lungin, de alguma forma, o derrotara - provavelmente com uma pequena ajuda de seu famoso amigo Messing.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

domingo, 17 de julho de 2016

Precioso Alimento dos Cavalos Espanhóis

Quando os conquistadores chegaram ao Peru, centro do grande império dos incas, os índios peruanos pensaram que os cavalos de batalha dos espanhóis fossem monstros ferozes e perigosos, completamente diferentes de seus dóceis lhamas, especialmente quando esses animais escavavam o solo, relinchavam e balançavam a cabeça.
Amedrontados, os peruanos perguntaram aos cavalarianos por meio de um intérprete:
- O que é que esses ferozes animais comem?
Os espanhóis sabiam o que responder. Apontando para as jóias e os ornamentos de ouro dos peruanos retrucaram:
- Eles comem essas coisas de metal amarelo. Estão com fome agora, mas não desejam ser vistos comendo. Deixem o alimento na frente deles e afastem-se daqui.
Nessa altura, os índios reuniram uma pilha de objetos de ouro, que os espanhóis colocaram no bolso. E então, chamando os índios de volta, disseram:
- Os ferozes animais ainda estão famintos. Tragam mais alimento.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

domingo, 10 de julho de 2016

Pesadelo Duplo

Assim como o jovem George Washington, Steven Linscott, estudioso da Bíblia de 26 anos originário de Illinois, sentiu-se compelido a difundir a verdade - mas Linscott acabou na cadeia por causa disso.
Os eventos que culminaram com a prisão começaram no dia 4 de outubro de 1980, quando policiais de Oak Park buscavam pistas para solucionar o caso de Karen Ann Phillips. A enfermeira de 24 anos fora assassinada na manhã anterior, e a polícia estava visitando a Good Neighbor Mission - casa missionária para ex-presidiários - na esperança de obter algumas informações importantes. Foi ali que os policiais conheceram Linscott.
Steven Linscott, estudante altamente respeitado de uma faculdade local, também trabalhava na casa missionária. Quando os policiais disseram-lhe a que vinham, ele começou a pensar num pesadelo recente, em que via uma jovem loira sendo espancada até a morte. Após muita hesitação, Steven finalmente acabou contando todo o sonho aos policiais.
- De repente, fiquei intrigado com a possibilidade de meu sonho ser uma experiência sobrenatural - narrou ele, posteriormente. – No mínimo, ir à polícia pareceu-me mais interessante do que memorizar dois versículos da Bíblia.
O sonho de Linscott certamente aguçou a curiosidade dos investigadores Robert Scianna e Robert Grego, que interrogaram o informante minuciosamente. Linscott, ao que tudo indicava, sabia tanta coisa sobre o caso que acabou sendo detido como suspeito. Foi preso e acusado de assassinato em novembro.
Não obstante a acusação basear-se em provas circunstanciais, os jurados julgaram-no culpado, a despeito do fato de não ter nenhum motivo e de as impressões digitais encontradas no local do crime não serem as dele. Linscott ficou abalado com o veredicto.
- Todo mundo confia no sistema - explicou, mais tarde. – Todo mundo acredita no processo de investigações. Ninguém percebe que tudo não passa de um pau-de-sebo, onde, a partir do momento em que a gente começa a escorregar, não há como interromper a queda.
Linscott cumpriu três anos de uma pena de quarenta anos, antes de ser libertado pelo Tribunal de Apelações de Illinois. O Supremo Tribunal do Estado restabeleceu a pena posteriormente, porém o estudante da Bíblia está atualmente em liberdade condicional.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

domingo, 3 de julho de 2016

Rabdomancia Arqueológica

Os rabdomantes normalmente trabalham segurando varinhas de condão ou galhos de amoreira em suas mãos, esperando que eles se curvem perto de fonte de água ou de veio de minérios preciosos. Mas essa técnica pode ser empregada não somente nesses dois casos. J. Scott Elliot, militar inglês da reserva e rabdomante, usa tal habilidade como apoio para a descoberta de sítios arqueológicos. Muitas vezes, ele nem precisa visitar as regiões que deseja sondar, porque as localiza segurando apenas um galho de amoreira sobre o mapa.
Um de seus trabalhos mais bem-sucedidos foi reportado em 1969, quando aplicou a varinha de condão para prever que grande sítio arqueológico seria descoberto sob uma cabana na cidade de Swinebrook. Os escavadores do lugar mostraram-se céticos, pois Scott Elliot mencionara uma cidade em que não haviam sido encontrados nem vestígios. Isso se deu seis meses antes de efetuarem escavações no local, e, é claro, o sítio apontado pela varinha de condão foi descoberto de imediato.
Ao realizarem um corte de 1,50 por 3 metros, os escavadores descobriram caldeirões, ossos e algumas peças de cerâmica. Quando o sítio foi mais cuidadosamente explorado, em 1970, encontraram o piso de uma estrutura e até mesmo seu núcleo. Dois artefatos polidos da Idade do Bronze coroaram o sensacional achado.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos