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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A Vida em Perigo

Às vezes os seres humanos conseguem sobreviver a quase toda catástrofe imaginável, desde a queda de um avião sem pára-quedas até a empalação com uma grande variedade de instrumentos pontiagudos. Nesta última categoria, temos o caso do motociclista inglês Richard Topps, 21 anos, de Derbyshire, que sobreviveu a uma indesejada trombada com uma cerca.
Em agosto de 1985, a moto de Topps colidiu com um carro, ferindo seriamente seu passageiro. O próprio Richard foi lançado por cima do guidão, caindo sobre uma cerca, onde acabou espetado diagonalmente do tórax aos quadris em uma estaca de madeira de 1 metro de comprimento.
Por causa da confusão, Richard foi deixado ali espetado por mais de uma hora, completamente consciente, mas incapaz de livrar-se daquela incômoda e dolorosa posição, até ser encontrado por seu irmão. Tirar a estaca que perfurava seu tronco foi uma operação de duas horas, durante as quais os médicos descobriram que todos os seus órgãos vitais internos haviam escapado de maiores danos. Topps rapidamente recuperou-se da cirurgia e seguiu sua vida.
Kimberly Lotti, de Quincy, Massachusetts, garota de 18 anos, também sofreu um acidente semelhante em dezembro de 1983, quando dirigia sua caminhonete do trabalho para casa, e também sobreviveu para falar sobre o caso. Sua caminhonete perdeu a direção e foi de encontro a uma cerca de alumínio. Uma das estacas de 5 centímetros de diâmetro soltou-se e entrou pelo pára-brisa de seu veículo, atravessando a parte superior esquerda de seu peito.
- Foi uma coisa estranha - narrou Kimberly, posteriormente. - Não senti nenhuma dor. Pensei que a estaca só estivesse pressionando meu braço. Acho que eu estava em estado de choque.
Os membros de uma equipe de salvamento cortaram a peça a 12 centímetros da frente e das costas de seu corpo e transportaram-na para o hospital, onde o resto da estaca de alumínio foi removido com a maior segurança.

Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos

sábado, 1 de outubro de 2016

Voltei para Buscar Meu Cachorro

Joe Benson, de Wendover, Utah, era um líder espiritual dos índios Goshute. Seu companheiro constante era um magnífico cão pastor alemão, que ele chamava de Sky.
À medida que Benson envelhecia e sua visão ia ficando mais fraca, Sky orientava seus passos e o mantinha livre de perigos. A saúde de Benson continuou a definhar, até que um dia, em fins de 1962, o líder indígena disse a sua mulher Mable que estava prestes a morrer. Ela avisou os parentes e, pouco depois, eles e os filhos estavam junto à cama de Benson. Mas, como aquelas pessoas já não seguiam mais as tradições indígenas, insistiram para que ele fosse levado ao hospital da cidade de Owyhee, Nevada, nas proximidades. Ignorando os protestos do doente e os latidos roucos de Sky, eles levaram-no dali.
Benson ficou no hospital por pouco tempo. Quando os médicos viram que não havia nada a ser feito, mandaram-no de volta para casa, onde, pouco depois, em janeiro de 1963, ele morreu.
Após as cerimônias fúnebres, vários parentes que participavam do velório perguntaram se podiam ficar com o cachorro. A sra. Benson, que percebeu em Sky um sofrimento ainda maior do que o seu, achou isso errado e decidiu ficar com o animal.
Dez dias mais tarde, a sra. Benson olhou pela janela e viu alguém que se aproximava da casa. Ela acendeu o fogão e preparou um pouco de café fresco. Quando levantou os olhos, viu junto à porta alguém que ela reconheceu de imediato: seu falecido marido.
Coerente com as antigas tradições dos índios Goshute, ela disse, com toda calma, que ele estava morto e que não tinha mais nada que fazer neste mundo. Joe Benson assentiu e declarou:
- Já vou embora. Voltei por causa de meu cachorro.
Ele assoviou e Sky, balançando vigorosamente a cauda, entrou correndo na cozinha.
- Quero a correia dele - exclamou Benson.
Sua mulher tirou-a de um gancho na parede e entregou-a ao falecido, tomando o cuidado de não tocá-lo. Benson colocou a correia na coleira de Sky e saiu pela porta, descendo os degraus e seguindo pela trilha que serpenteava a colina.
Depois de hesitar por alguns momentos, a sra. Benson saiu correndo de casa em direção ao outro lado do morro. Não conseguiu ver Joe nem o cachorro em lugar algum.
Acontece que Arvilla Benson Urban, filha de Joe e Mable, que morava na casa ao lado, testemunhou essa estranha visita e chegou a prestar um depoimento juramentado. Ela confessou:
- Vi meu pai entrar na casa e, alguns minutos depois, sair com o cachorro preso na correia. Minha mãe saiu atrás dele e eu, depois que pude voltar a pensar coerentemente, fui atrás dela. Quando cheguei ao alto da colina, meu pai e o cachorro tinham desaparecido.
Durante os dias que se seguiram, os jovens da família procuraram o cachorro sem encontrá-lo. Parecia que Sky desaparecera, com seu amado dono, em um outro mundo.


Charles Berlitz
O livro dos Fenómenos Estranhos