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quinta-feira, 3 de abril de 2025

Antiga Casa da Sorte, incluindo o património artístico integrado

A Casa da Sorte, localizada ao nível do piso térreo de um edifício pombalino, na esquina da Rua Ivens com a Rua Garrett, é um estabelecimento comercial cujo projecto de reconversão, datado de 1962, deve-se ao arq. Conceição Silva, tendo esta nova dependência sido inaugurada em 3 de Dezembro de 1963, por António Augusto Nogueira da Silva. Composta por duas frentes, com duas entradas, distingue-se do resto do edifício pelo revestimento cerâmico dos seus vãos exteriores, assinado pelo Mestre Querubim Lapa, assim como pelo revestimento que existe no seu interior, da mesma autoria. Traduzindo uma composição abstracta de vaga sugestão vegetalista e à base de algarismos soltos, elementos alusivos ao tema da lotaria, o revestimento cerâmico evidencia uma paleta cromática discreta e harmoniosa em tons azuis, verdes e brancos no exterior, bem integrada na arquitectura pombalina, e uma paleta cromática mais alargada no interior.



terça-feira, 1 de abril de 2025

Antiga Cadeia do Limoeiro (Antigo Paço a par de São Martinho)

Paço a par de São Martinho, Palácio mandado construir por D. Fernando I, em 1367, numa posição fronteira à Igreja de São Martinho (demolida em 1838), daí a designação de Paço a-par-de-São Martinho. Neste local ocorreu a morte do conde Andeiro às mãos do futuro D. João I, em 1383, mantendo-se o edifício como residência régia com este úlitimo. Entre 1495 e 1521 foi residência das comendadeiras de Santos e sede do Desembargo do Paço, para além de ter começado a funcionar como prisão e albergado várias repartições de justiça, nomeadamente a Casa da Suplicação e a Casa do Cível. Na 1ª metade do séc. XVIII, como ameaçava ruína, conheceu obras da responsabilidade do arq. Volkmar Machado. O terramoto de 1755 afectou de tal maneira o edifício, que tornou impossível manter os 500 presos, que se encontravam à data no local. Após a reconstrução de parte do imóvel entre 1758 e 1759, que foi adaptado a cadeia principal da corte, assistiu-se à construção do muro que delimitava a propriedade, por parte do arq. Possidónio da Silva, somente em 1834. Já no século XX verficaram-se várias campanhas de obras: reconstrução do bloco central do edifício, na década de 30; demolição parcial e construção da nova ala Este, na década de 40; e continuação das obras, na década de 60. Actualmente, e desde os anos 80 do séc. XX, o edifício está afecto ao Centro de Estudos Judiciários, do Ministério da Justiça.No que diz respeito à morfologia do edifício, trata-se de um volume irregular, associando uma planta rectangular a uma planta em L. O edifício de planta rectangular, localizado a Este, desenvolve-se em dois andares, com um alçado principal organizado em três módulos separados por pilastras lisas e rematados nos extremos por frontões triangulares. O edifício de planta em L, localizado a Oeste, desenvolve-se em quatro andares, separados em três blocos por pilastras lisas e apresentando janelas rectangulares com moldura simples de cantaria, abertas em ritmo regular. A zona superior é rematada por platibanda interrompida por frontão triangular no corpo central.